BEATRIZ ALBUQUERQUE ADVERTISEMENT FOR THE WALDORF - ASTORIA



Texto de KIM BOBIER.

“Fine living . . . a la carte?” "Pergunta Langston Hughes. A artista Beatriz Albuquerque explora esta oferta do seu poema satírico “Advertisement for the Waldorf-Astoria." Na sua exposição individual com o mesmo título, ela materializa a generosidade de sonhos absurdos que as palavras de Hughes solicitam. Rodeia os visitantes da galeria com uma propagação de comida reluzente, evocando a perspectiva de Hughes como um escritor transgressor e figura do movimento literário de Nova Iorque “Harlem Renaissance”. Na série fotográfica mostra a paisagem de Harlem, na área de Nova Iorque, através de reflexos, assim como, a representação de salas que invocam um palco surreal.

Ela mesma transgride com essas imagens. Todo o trabalho nesta exposição seduz sensualmente, enquanto levanta questões sobre o direito social. Os espaços arquitectónicos e de interiores nas suas fotografias, envolvem os espectadores em actos de voyeurismo e intrusão, enquanto que o único alimento comestível para a galeria/ público o consumir, acaba por exigir o canibalismo simbólico. Como Hughes, Beatriz Albuquerque apela ao público apenas, para frustrar e redireccionar os seus desejos. Em vez de reforçar os nossos desejos e expectativas institucionalizados, com a sua arte leva-nos a investigar formas alternativas e estéticas, de generosidade.

A propaganda de Beatriz Albuquerque para o Waldorf-Astoria está repleta de prazeres inesperados, mas ao mesmo tempo envolve a crítica da sátira nas desigualdades da sociedade moderna. Hughes baseou sua peça de 1931 num anúncio na revista Vanity Fair daquele ano, com a abertura do hotel Waldorf Astoria no período da Grande Depressão, enquanto a maioria dos americanos estão a ficar financeiramente devastados. Como Hughes retratou, a propagação para este luxuoso hotel de Nova York foi uma proposta delirante, uma piada cruel, mas muito comum para os pobres. Um refúgio para os ricos, numa cidade acometida pelo desemprego, o hotel Waldorf Astoria prometeu aos seus hóspedes as melhores amenidades e a "libertação das responsabilidades".

Contudo, o convite irónico de Hughes para “HUNGRY ONES," "EVICTED FAMILIES," e "NEGROES" insinua que, esta liberdade não será alcançável para eles. A liberdade aqui, será propriedade exclusiva da elite. Beatriz Albuquerque transmite esta acusação de Hughes's literalmente, queimando as suas palavras em notas de um dólar. Em cada nota de dólar, na cor dourado-laranja cobre o retrato do presidente George Washington, chamando a atenção para a relação excessivamente determinada pelo dinheiro, com a identidade e a liberdade - mesmo numa sociedade chamada democrática.