ANA ALLEN A SURVIVOR IS BORN

Cenários de uma Ilha e de um reino que lá existiu; território de perigos naturais do desconhecido envoltos em mistério e reputação de fenómenos e catástrofes que assolam a sua área as suas margens. Uma Ilha habitada por sobreviventes aventureiros, náufragos - a história de alguém assustado até se tornar um sobrevivente de forte instinto; a finalidade e intenção de sobrevivência, estratégia de existência, competência na manipulação dos recursos possíveis.

- perante um tempo de futuros passados agora -
Em busca de uma aventura misteriosa, sob estruturas ancestrais futuristas, plenas de cargas místicas e desafios - o caminho montanhoso para as ruínas de um palácio - os túmulos do desafio, nas florestas, vales e praias da Ilha e no rio de corrente abrupta que a atravessa ate cair em cascata.
uma existência sujeita a fenómenos e catástrofes do natural decorrendo nos seus ciclos perénes de regeneração perpétua - explosões subterrâneas, fenómenos de reacção das matérias - perante temperaturas, outros estados e condições - dinâmicas viventes - aguas e caminhos rochosos - gelos e lavas - elementos matéricos preciosos de raros e ou prolíferos e abundantes, vegetação galopante e exótica - um abrangente expor do tempo real, o decorrer dos dias e noites em milénios, civilizações consistentes e abandonos persistentes.
encontro com o passado remoto e confronto com o futuro imediato no agora fugidio e volátil.

A natureza e as suas formas e formulas de sempre - modelo aleatório, previsível e singular, regras irregulares da sua geometria escalena - omnipresença temporal e modelar dos elementos naturais e delineação do 'corpo' que tomam.
A aventura nos territórios da pintura e os seus elementos capturados nas margens da superfície que ocupa - intrinsecamente prolífero e infindável - nao da margem a que um tema ou objecto de interesse tenha qualquer lugar de outrora, nao é lógico confinar qualquer limite ou localização no tempo passado, ou no ja usado ou feito - cada assunto que se volte a representar serra sempre antes de mais permeável ao ar ou caracter do tempo em que for produzido, arcando todo um historial acumulado de outras visões desse mesmo assim como características e possibilidades dos objectos de representação, visualização, possibilidades técnicas e imagética ou visualidade acumulada ou emergente nessa dada altura - o ar/ caracter do tempo em que se vive. A paisagem de agora se apresenta tao ou mais inovadora do que jamais fora perante os corpos que agora a contemplam e acrescentando todo o registo dos corpos que ja a contemplaram.
A geometria da natureza equipara-se a programação que a compõe biologicamente bem como a codificação que a materializa digitalmente e assim lhe da visibilidade/ existência - dimensão imagética - construção da visualidade que se foi arquivando e aglomerando - desta feita fazendo jus a características da realidade virtual e firmando-se na jogabilidade, movimentos e estruturas digitais - pixel, vector, aspecto fractal - premeditadas por códigos e cadenciando dinâmicas ou aspectos cristalizados.
A procura da emoção e desafio, da desenvoltura de habilidades, estratégias de acção e sobrevivência como que sendo uma era de descobrimentos descartável e pratica. As histórias e jogabilidade de aventuras no limbo do tempo real e imaginário, desejo e possibilidade de renascer várias vezes dentro do intrínseco no objectivo: sobreviver.

Ana Allen, 2015

Sofia Leitão
Sofia Leitão
Sofia Leitão